quinta-feira, 6 de outubro de 2016

ENTRE A CARPA E O DRAGÃO



Terá que nadar contra a correnteza, subir o rio, vencer a chachoeira. A carpa que o conseguir se transformará em um dragão, emergirá da fluidez liquida, seu elemento original, a essa outra fluidez, aérea, celeste. Essa a imagem tecida na narrativa de uma antiga lenda chinesa, prenhe de significados que remetem à idéia de força e pertência, de luta e coragem. Esse o motivo de a partir do qual foram criadas as imagens que atravessasm a coleção intitulada " entre a carpa e o dragão".Aqui o motivo não se permite encerrar numa dimensão meramente figurativa, mosaical em sua composição, a imagem das escamas sejam de carpas ou de dragão, servem a uma apropriação que as redimensiona em grafismos nos quais até mesmo os possíveis recursos figurativos se rendem à abstração.
Um figurativismo, por vezes prestes da tomar forma, tende a diluir-se, mais que isso, se diria mesmo que ele efetivamente se diluí em grafismos, que ora resultam de composições mosaicais, mediante a utilização de apliques em couro sintético, ora do recurso à estamparia, ora ainda da convergência entre tais procedimentos em formas amplas e variadas. A coleção utiliza o algodão e um tecido com uma mistura de fibras de bambú, seda e sua cartela de cores apresenta o off white, preto, vermelho, verde, azul e amarelo.
A coleção transita em movimentos fluidos, sinuosos, movimentos em escamas ,movimentos entre a carpa e o dragão.

Texto: Rildo Polycarpo
Styling: Tininha Viana












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